Cerca de 40 mil professores cercaram o Palácio dos Bandeirantes hoje (10) e decidiram manter greve, governador não aceitou receber docentes; Após a paralisação, docentes marcharam até a TV Globo para cobrar cobertura da greve
Cerca de 40 mil professores paulistas decidiram em assembleia na tarde de hoje (10), em frente ao estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo, manter a greve iniciada no dia 13 de março. Eles marcharam até o Palácio dos Bandeirantes, para protocolar um pedido de reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para iniciar a negociação, mas não foram recebidos. Com isso, às 18h30, decidiram seguir em passeata até a sede da TV Globo, no Itaim Bibi, para reivindicar isenção da cobertura jornalística da emissora. A Apeoesp tem reclamado que os telejornais do grupo não têm dado destaque algum à greve, iniciada há quase um mês.
Desde o início da greve, os docentes só foram atendidos uma vez pelo governo paulista, no dia 30, na Secretaria da Educação. No entanto, a reunião com o secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald não apresentou nenhum avanço concreto. Os trabalhadores dizem que foram “orientados” a debater salário com o governador.
Voorwald teria apenas se comprometido a encaminhar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de São Paulo acabando com a chamada duzentena – período de 200 dias em que o docente temporário é obrigado a ficar fora do sistema de ensino, para evitar a caracterização de vínculo trabalhista.
"O governo está inerte, numa posição de não apresentar nada", afirmou a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel. A Apeoesp estima que 75% dos trabalhadores aderiram à paralisação. A próxima assembleia será na sexta-feira (17), na avenida Paulista.
Os professores reivindicam aumento salarial de 75,33%, em equiparação às demais categorias de nível superior, fim da “duzentena” e igualdade de direitos aos trabalhadores da categoria O. Também cobram a reabertura de salas de aula. Segundo o sindicato, a Secretaria da Educação fechou, neste ano, 3.390 classes, sendo 3.300 no ensino médio. Com isso, algumas salas de aula até 60 alunos no ensino regular, e 90 em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). E cerca de 20 mil professores perderam o emprego.
Ontem (9), os professores fecharam avenidas e rodovias paulistas em protesto contra a falta de diálogo do governador. Na capital, foram bloqueadas as avenidas Padre José Maria, na zona sul, Jacu-Pêssego, na zona leste, e Raimundo Pereira Magalhães, na zona noroeste. As rodovias Santos Dumont, Anhanguera, Bandeirantes, Rodoanel Mário Covas, Ayrton Senna, Régis Bittencourt, Anchieta e Raposo Tavares foram travadas com faixas e cartazes por cerca de uma hora cada. Também houve manifestações nas ruas de Bauru, Campinas e Sorocaba.
Portal Metrópole : Por Redação - em São Paulo
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