Mais de cem pessoas ficaram feridas, sendo que oito em estado grave, durante mais um episódio de repressão da polícia do Paraná a professores da rede estadual de ensino, que estão em greve e acampados no Centro Cívico desde segunda-feira 27. Segundo aGazeta do Povo, cinco foram presas e há quatro ambulâncias realizando atendimento no local neste momento.
A ofensiva ocorre em frente à Assembleia Legislativa, onde, segundo o sindicatos dos professores, 20.000 pessoas protestavam contra as mudanças na previdência para os servidores do Estado. A Polícia Militar foi escalada pelo governador Carlos Alberto Richa (PSDB) para impedir a entrada dos manifestantes na Assembleia, onde ocorre a votação.
A manifestação teve início pela manhã, mas a confusão começou por volta das 15h, quando os deputados estaduais começaram a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná Previdência. Em protesto, os professores tentaram romper o perímetro de segurança da PM, que reagiu com bombas, spray de pimenta e jatos de água.
Segundo o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) informou pelo Twitter, a prefeitura foi evacuada para atender aos feridos, que também estão recebendo os primeiros socorros no Tribunal de Justiça. Seis escolas que ficam na região suspenderam as aulas. "Parece uma praça de guerra!", escreveu Fruet na rede social. Segundo ele, 34 pessoas foram encaminhadas ao hospital e mais de 100 foram atendidas. A Gazeta do Povo informou também que as ambulâncias não foram suficientes para o atendimento e a Guarda Municipal foi acionada para auxiliar os feridos.
A sessão na Assembleia foi interrompida por cerca de dez minutos e retomada em seguida, mesmo com o barulho de bombas e gritos do lado de fora. O prefeito aproveitou para criticar a truculência da polícia do Estado: "Há dias a Prefeitura vem alertando da desproporcionalidade da força", disse a jornalistas durante o confronto.
O projeto de lei em votação na Assembleia Legislativa foi encaminhado pelo Executivo para alterar a previdência estadual. O governo paranaense quer tirar 33.000 aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual e que está deficitário, e transferi-los para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, que está superavitário.
Em fevereiro deste ano, os professores já haviam realizado um acampamento no Centro Cívico de Curitiba contra o pacote de austeridade do governador Beto Richa, que cortava benefícios da categoria para aumentar o caixa deficitário do Governo.
(Com Informações da Agência Brasil)
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