Além de vários manifestantes invadirem a Assembleia do Paraná, a oposição revolveu boicotar a votação do pacote de ajustes financeiros do governo Beto Richa (PSDB) e pretende ir ao Judiciário; professores e outros funcionários públicos já tinham ocupado o Legislativo obrigando os deputados a se refugiarem numa sala contígua ao local; portas e vidraças da sala de imprensa foram destruídas; manifestantes montaram barracas nos corredores e nas rampas de acesso da assembleia; uma das medidas prevê a retirada de R$ 8 bi da poupança previdenciária para cobrir o rombo da folha atual
Paraná 247 - O racha tomou conta da Assembleia Legislativa do Paraná. Além de vários manifestantes invadirem a Casa, a oposição revolveu boicotar a votação do pacote de ajustes financeiros do governo Beto Richa (PSDB). Um grupo de manifestantes que protestava em frente à Assembleia Legislativa do Paraná contra o pacote de medidas invadiu, nessa terça-feira (10), o plenário da Casa, obrigando os deputados a se refugiarem numa sala que contígua ao local.
Portas e vidraças da sala de imprensa foram destruídas. Centenas de professores e outros funcionários públicos amanheceram esta quarta-feira (11) acampados dentro do Legislativo estadual. Barracas foram instaladas nos corredores e nas rampas de acesso da assembleia.
Milhares de manifestantes haviam se reunido, nessa terça, no Centro Cívico da capital paranaense para acompanhar a votação de um pacote de medidas enviadas pelo governador Beto Richa (PSDB) ao Legislativo estadual. Segundo estimativa dos organizadores, mais de 10 mil pessoas estavam nas ruas.
O governador tucano quer aprovar o pacote em caráter de urgência para tentar salvar o Estado de um verdadeiro caos financeiro. Entre as medidas enviadas, a mais grave é que prevê a retirada de R$ 8 bilhões da poupança previdenciária destinada ao pagamento dos aposentados e pensionistas e que passaria ao caixa único do governo. Esse recurso seria para cobrir o rombo da folha atual.
Os deputados começaram a discutir o projeto, no início da tarde dessa terça. Um dos itens, era transformar o plenário da Casa em Comissão Geral. Essa medida possibilita que a votação seja feita por uma comissão, onde o governo detém a maioria dos votos, sem a necessidade de ser discutida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, pelo plenário. A proposta foi aprovada por 34 votos favoráveis; 14 contrários e uma abstenção.
Assim que o resultado foi anunciado, os ocupantes das galerias invadiram o plenário e cantaram o Hino Nacional, enquanto a maioria dos parlamentares tentava se esconder. Os manifestantes aplaudiram e cumprimentaram os policiais militares que faziam a segurança pelo não uso da violência. Portas e vidraças da sala de imprensa foram destruídas. Do lado de fora, os manifestantes derrubaram parte da cerca que protege a Assembleia do Paraná.
Outras medidas do pacote de Richa preveem que professores sejam remanejados de suas funções administrativa para as salas de aula, o corte no pagamento de auxílio transporte para professores afastados do trabalho e extingue a gratificação por tempo de serviço aos servidores.
Oposição
Conforme nota da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, a bancada oposicionistas "rechaça veementemente a realização de sessão em local que não seja o plenário da Alep. O fato representa um grave atentado à participação popular no processo legislativo estadual".
"Os oposicionistas informam que não houve por parte de seus mandatos ou partidos incentivo à ocupação das galerias e do plenário da Casa pelos trabalhadores da educação na tarde de ontem (9). A ação é resultado da falta de diálogo e intransigência do governo Beto Richa (PSDB) e da base aliada na Alep na condução do processo que visa a aprovação do 'pacote de maldades'", diz o texto.
De acordo com a nota, "a realização de sessão plenária em local que não seja o plenário, sem a participação popular, aumenta o impasse e potencializa a tensão entre o governo tucano e trabalhadores". "A Oposição se coloca à disposição para atuar como mediadora para a instalação de uma mesa de diálogo entre os trabalhadores, a Mesa Diretora da Alep e o governo na busca de alternativas para o impasse".
A nota foi assinada pelos deputados estaduais Anibelli Neto, Maurício Requião Filho, Nereu Moura, do PMDB, Péricles de Mello, Professor Lemos e Tadeu Veneri, do PT.
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