Integrantes de escolas abandonam adereços em latas de lixo da avenida.
Garis têm trabalho para entulhar fantasias nos caminhões.
Os desfiles das 15 escolas da Série A do carnaval no Rio exibiram belas fantasias, na sexta-feira (13) e sábado (14). Mas se engana quem pensa que as peças são levadas para casa como lembrança pelos donos. Quando as escolas passam pela dispersão, o setor vira um verdadeiro “cemitério de fantasias”.
Ao fim de cada desfile da Série A, os garis que trabalham na Marquês de Sapucaí empilhavam fantasias dentro do caminhão da Comlurb. As latas de lixo do local também entraram no clima de carnaval e ficaram lotadas de adereços. “Vai vir muito ainda com certeza”, brincou um gari da Sapucaí, ao fim do desfile da Renascer de Jacarepaguá.
E veio mesmo. O desfile seguinte, da Renascer de Jacarepaguá, também deixou fantasias nas lixeiras da dispersão. A aposentada Cristina Pitangueira justificou o abandono de sua fantasia como falta de espaço.
“Eu não tenho espaço em casa. Porque todo ano desfilo por quatro escolas, uma em cada dia”, disse ela, que ainda vai desfilar por Mangueira, Salgueiro e São Clemente, no Grupo Especial.
O advogado Renato Gonçalves e o corretor Tomé Pimenta, que desfilaram pela Acadêmicos do Cubango, também não quiseram levar a fantasia para casa. “A gente mora em apartamento pequeno”, justificou Tomé.
Do lado de fora dos portões do Sambódromo, pessoas que não puderam desfilar aguardam ansiosas por uma fantasia. Ao fim dos desfiles, quando o destino não é o lixo, os assessórios acabam sendo doados a alguém na saída da dispersão.
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