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Petrobras tem lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre




Resultado é 1% menor que o registrado no mesmo período de 2014.
Executivo disse que pagamento de dividendos depende de resultado.



Executivos da Petrobras apresentam resultados (Foto: Cristiane Caoli/G1)Executivos da Petrobras apresentam resultados (Foto: Cristiane Caoli/G1)









A Petrobras divulgou nesta sexta-feira (15) que terminou o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 5,33 bilhões. O resultado representa uma queda de 1% em relação ao lucro de R$ 5,393 bilhões registrado no mesmo período de 2014. Este é o pior resultado para um primeiro trimestre desde 2007, quando a empresa registrou lucro de R$ 4,1 bilhões.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 21,518 bilhões de janeiro a março de 2015, crescimento de 50% sobre um ano antes.No quarto trimestre do ano passado, a companhia teve prejuízo de R$ 26,6 bilhões.
A empresa destacou que houve, no trimestre, o efeito integral dos reajustes de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina ocorridos em 7 de novembro de 2014. Também influenciaram no resultado os menores custos de vendas por conta da redução dos gastos com importação de petróleo.
lucro da petrobras (Foto: G1)
Questionado sobre possíveis novas altas no preço dos combustíveis durante entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro após a divulgação dos dados, Ivan de Souza Monteiro, diretor financeiro, afirmou que “a companhia vai operar preços competitivos e de mercado o tempo inteiro”.
Os investimentos totalizaram R$ 17,8 bilhões, 13% inferior aos do 1º trimestre de 2014.

O foco dos investimentos foi o segmento de Exploração e Produção no Brasil, que recebeu 79% dos recursos, com destaque para os projetos de aumento da capacidade produtiva.
Lucros em primeiros trimestres
Veja o valor em R$ bilhão por ano, desde 2006
6,74,16,95,87,710,999,27,695,45,3201020150102,557,512,5
Gráfico elaborado em 2015
O lucro operacional foi de R$ 13,3 bilhões, 76% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, principalmente devido ao crescimento da produção de petróleo e gás. Além disso, diz a estatal, o resultado do 1º trimestre de 2014 sofreu impacto do provisionamento de gastos com o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (R$ 2,4 bilhões), o que não se repetiu em 2015.
No trimestre, houve redução da receita com exportações, influenciada pela queda no preço do petróleo, além da queda de 10% nas vendas no mercado interno devido à sazonalidade do consumo e ao menor nível de atividade econômica, segundo a Petrobras. A baixa da demanda foi de 10% para o diesel e de 11% para a gasolina.
“A gente observa que a receita da companhia caiu 9%. Essa queda na receita está relacionada com menor volume de venda de derivados, principalmente e também com a queda do preço do petróleo, que impactou o preço médio dos produtos que são exportados”, disse Mario Jorge da Silva, gerente executivo de desempenho empresarial, em entrevista coletiva.
"No entanto, essa queda do preço do petróleo impactou muito mais o custo dos produtos vendidos, que caíram 27%. Essa conjunção de fatores levou a companhia a subir substancialmente seu lucro bruto", ressaltou Silva.
Segundo a Petrobras, a companhia teve despesas financeiras líquidas, no trimestre, de R$ 5,6 bilhões. A estatal terminou o trimestre com R$ 68,2 bilhões em caixa. "As despesas operacionais caíram 22% nesse período, principalmente porque em 2014 tivemos lançada programa de demissão voluntária”, disse Mario Silva.
"O resultado financeiro negativo é reflexo direto da elevação da taxa de câmbio no período. Como a maior parte da dívida da companhia é nominada em moeda estrangeira, a elevação da taxa impacta o resultado", acrescentou.
A estatal projeta, para 2015, que as atividades operacionais permitirão a agregação de US$ 25 bilhões ao fluxo de caixa. "Temos que fazer frente a pagamento de juros, amortização e outro que somam US$ 21 bilhões e vencimentos projetados de US$ 29 bilhões", disse Mario Jorge da Silva.
Operação
No lado operacional, a Petrobras destacou que atingiu recorde na produção média mensal de petróleo de 672 mil barris por dia no pré-sal. Em 11 de abril foi alcançada a marca de 800 mil barris por dia de produção de petróleo no pré-sal, configurando novo recorde.
Mario Silva ressaltou que a Petrobras conseguiu reduzir o tempo de perfuração e completação de poços do pré-sal. “O que significa isso? Projetos mais competitivos”.
A empresa também citou no balanço a entrada em operação da plataforma P-61 no campo de Papa-Terra (Bacia de Campos), além do sistema de produção antecipada do campo de Búzios (Bacia de Santos), e o início da produção do campo Hadrian South em águas ultraprofundas no Golfo do México.
Sobre a contratação de plataformas previstas para o próximo ano, a diretora de exploração e produção da Petrobras, Solange da Silva Guedes, afirmou que a empresa está "em processo de fechamento" dessa operação. "Esse processo da construção dessas plataformas são contratos que afetam todos, o conjunto grande de plataformas. Estamos fazendo esforço muito grande no sentido de fazer que esses suprimentos aconteçam”, disse em entrevista coletiva.
Ivan de Souza afirmou que o presidente da empresa, Aldemir Bendine, "adiantou que haverá tremenda priorização à área de exploração, já que os grandes projetos ou estão concluídos ou tiveram processo de adiantamento." "A cadeia de fornecedores sofreu em consequência dos acontecimentos de tudo que foi tornado público na Operação Lava Jato”, completou.
Em nota divulgada junto ao balanço, Bendine declarou: "estamos trabalhando para manter nosso desempenho econômico-financeiro em patamares elevados. Como já pude mencionar em algumas ocasiões, nosso objetivo é desenvolver uma companhia rentável, com excelência em governança e que seja capaz de utilizar de maneira eficiente sua base de ativos para gerar o máximo de valor aos seus acionistas e investidores."
Pagamento de dividendos
Por conta do resultado negativo de 2014, a Petrobras não pagou aos acionistas os dividendos relativos a esse ano. A decisão de não pagar, no entanto, não teria sido contestada pelos acionistas: "não temos conhecimento de nenhuma ação na Justiça em relação a esse tema. A companhia prestou hoje informações ao regulador sobre o procedimento respaldado na orientação do seu departamento jurídico", disse o diretor financeiro Ivan de Souza.
Questionado sobre o pagamento de dividendos este ano, o executivo afirmou que "dividendo vai depender do resultado, e se apurando resultado positivo não tem por que não [pagar]". A declaração foi feita a jornalistas na coletiva depois da divulgação.
Prêmio
Em nota divulgada com o balanço, Bendine parabenizou os funcionários da empresa pelo prêmio recebido pela Petrobras neste ano. "Não poderia deixar de mais uma vez parabenizar os empregados da companhia, os verdadeiros responsáveis pela conquista de mais um OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, o mais importante prêmio da indústria offshore mundial", afirmou.
"Este reconhecimento é a prova de que a Petrobras dispõe da expertise, da tecnologia e dos recursos necessários para a construção de uma empresa que almeja criar o máximo de valor em suas operações", finalizou o presidente da empresa.
Cristiane Caoli, Karina Trevizan e Laura NaimeDo G1, no Rio e em São Paulo
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