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Ministério Público divulga áudio que compromete Agripino Maia







O Ministério Público do Rio Grande do Norte divulgou, nesta terça-feira (24), denúncia que relaciona o senador Agripino Maia (DEM-RN), coordenador da campanha derrotada de Aécio Neves (PSDB) à Presidência, a esquema de corrupção para alterar regras de inspeção veicular no estado.


Senador Agripino Maia teria recebido R$1,1 milhão em propinasSenador Agripino Maia teria recebido R$1,1 milhão em propinas
O parlamentar teria recebido R$1,1 milhão em propinas, segundo um dos áudios gravados na investigação da operação Sinal Fechado.

No diálogo, o ex-deputado João Faustino, morto em 2014, conversa com o empresário George Olímpio, delator do caso, sobre o pagamento ao democrata para facilitar a implantação do serviço.

A exemplo de seus então correligionários, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e do ex-senador Demóstenes Torres (GO), que foram retirados da vida política por envolvimento em irregularidades, Agripino teve seu falso-moralismo desmontado pelas investigações que levaram o MP a denunciar o caso.

Na gravação, João Faustino conversa com Carlos Augusto Rosado, marido da então governadora, Wilma Faria (PSB), também denunciada pelos promotores. Eles tratam do fim da inspeção veicular ocorrida no início do governo Rosalba Ciarlini (DEM).

Confira alguns trechos:
João: “Haveria uma participação do consórcio na campanha e até uma participação mensal depois da campanha”.

Carlos Augusto: “Essa participação mensal, eu dispenso”.

João: “Ele [Carlos Augusto] diz que se lembra, sabe das negociações que Zé Agripino fez, sabe que você se comprometeu”.

George: “Fora a negociação, daquele dinheiro, tem uma parte que foi dada. (…) e mais cento e cinquenta. Eu dei uma parte por último, que ele me pediu, eu dei por último. 150, um cheque, que ele pegou dinheiro daquele rapaz, que fica lá na tevê, na Tropical”.

João: “Sei, sei, o sobrinho dele, Tarcísio”.

George: “Tarcisinho, que vence em setembro o cheque. Mais 150, no final da campanha ele disse assim: ‘George, eu preciso de você’”.

João: “Você deu R$ 200 mil, não foi?”

George: “Eu dei R$ 300 mil, em dinheiro. Marcílio deu R$ 400, Ximbica deu R$ 300”.

João: “Mais 150”.

George: “Na última semana ele me chamou e disse: ‘George, eu preciso de você’. Mais 150”.

João: “Fora os juros”.

George: “Os juros eu já vou pagando. Agora, em Brasília, ele me pediu para pagar o desse mês. Chega eu fiquei destreinado”.

Em outro trecho, depois de discutirem que, no governo, apenas Miguel Josino, então Procurador Geral do Estado, era contrário a uma solução que mantivesse a inspeção, George propõe:

“Não valeria, depois dessa conversa, uma ligação do senador José Agripino para Miguel Josino, nesse sentido? ‘Miguel: defenda a lei, que é um absurdo o que está se dizendo da inconstitucionalidade’”.

João: “Eu vou falar com José Agripino”.

George complementa os argumentos citando lei sobre inspeção veicular aprovada no Distrito Federal, julgada constitucional pelo Supremo Tribunla Federal (STF).

Fonte: Agência PT de Notícias


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