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Policial acusado de matar bebê é vereador. Delegado sai em sua defesa








Policial de Amargosa é vereador da cidade de Cachoeira, onde mora, com nome político de Cacau PC e eleito em 2012



Eram por volta de 15h de ontem quando Luiz Carlos da Silva Souza, 23 anos, encontrou forças, resistiu aos efeitos de tranquilizantes e percorreu a cidade de Amargosa, no Centro-Sul da Bahia, colando em paredes e postes as fotografias de Carlos Raimundo de Jesus Cardoso e de Glória Isabel Ramos.
Luiz respirava fundo, talvez lembrasse do fim da tarde da quarta-feira, quando Carlos, policial da Delegacia Territorial da cidade, coordenada por Glória, invadiu sua casa para perseguir um homem que considerava suspeito. Em seguida, um tiro atingiu a cabeça da sua única filha, Maria Vitória Santos Souza, de 1 ano, que estava no seu colo.

Apesar de, em depoimento na Corregedoria, Carlos ter negado ser o autor do disparo que matou a garota, o pai da menina e os moradores de Amargosa acusam o policial de ter disparado dentro do imóvel. 
No perfil de Carlos, um elemento aumenta a revolta da população: o policial também é vereador da cidade de Cachoeira, onde mora. Com nome político Cacau PC, Carlos, que tem 38 anos, é filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP) e foi eleito em 2012 com 560 votos.
 “Um homem que deveria defender o povo duas vezes e mata assim uma criancinha”, diz o avô paterno de Vitória, Onorino de Souza, 53. 
“Não há nenhuma incompatibilidade em ser vereador e policial, é possível organizar os horários”, explica o coordenador do Departamento de Polícia do Interior (Depin), Moisés Damasceno.
A presidência da Câmera de Vereadores de Cachoeira diz desconhecer o envolvimento do policial na morte de Vitória, já o prefeito Carlos Pereira (PP) diz que pode haver suspensão do vereador, que já foi afastado das funções de policial até o fim das apurações pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, pelos próximos 45 dias. A delegada deve ser exonerada da delegacia da cidade hoje (veja ao lado).

Maria Vitória tinha 1 ano e estava nos braços do
pai ao ser morta (Foto: Mauro Akin Nassor)
DrogasSegundo a Polícia Civil, Carlos foi fazer uma abordagem a um criminoso de prenome Ricardo, quando foi alvejado e revidou. Na perseguição, acabou entrando na casa de nº 23, onde estava Vitória.
A família, porém, afirma que não houve troca de tiros e diz que a situação ganhou essa dimensão por conta de um suposto descontrole do policial, motivado por uso de drogas. 
Ao contrário da voz unânime na cidade que aponta Carlos como um policial violento, Damasceno traça um outro perfil do vereador. “Ele é um excelente policial, com três elogios oficiais. Não há nada que a gente saiba que indique desvio de conduta”. Damasceno afirma desconhecer que Carlos seja usuário de drogas, mas pediu um exame toxicológico para identificar o uso de entorpecentes no dia da “fatalidade”, como descreve o ocorrido.
SegurançaNa cidade para coordenar as ações de segurança, o coordenador do Depin fez um levantamento da operação que iniciou na quinta. Até ontem à noite, três presos - dos 14 custodiados na delegacia que fugiram após populares atearem fogo na delegacia na noite do crime -  se entregaram e outros seis foram recapturados. 
Duas escopetas e dois coletes à prova de balas da polícia foram encontrados. Outras duas escopetas e dois revólveres .32 fruto de apreensões que estavam na delegacia também foram resgatados. Ainda não foi estimado o número de armas que estavam na delegacia.
“Continuamos na cidade até tudo estar normal, continuamos as buscas pelos foragidos, que são em sua maioria presos por tráfico ou roubo”, afirma o delegado. 
Técnicos da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) estiveram na cidade para identificar uma nova casa para funcionamento provisório da delegacia e para dar encaminhamentos para construção de um complexo policial na cidade (que já estava previsto e será erguido em um terreno de 2.600 m² doado pela prefeitura). 
O reforço de 22 policiais civis e militares na cidade de forma permanente foi bem recebido pela prefeita, Karina Silva (PSB), que relata que desde 2013 protocolou ao menos quatro pedidos de reforço.
“Uma cidade com 40 mil habitantes com uma viatura e seis policiais é algo impossível. Além disso não há estrutura para trabalho e nós contribuímos da forma que podemos. Nos sentimos impotentes e sempre ouvimos do Estado a resposta das impossibilidades”. 
Para a prefeita, a atenção dada à redução de casos de assaltos a agências bancárias deixou a desejar. Além disso, ela afirma que o policiamento ostensivo sofre com o tráfico de drogas.
O secretário Mauricio Barbosa (Segurança Pública) afirmou que depende da conclusão de um concurso, que deve ocorrer em agosto, para atender os pedidos. “A gente recebe pedidos da Bahia inteira, a demanda de segurança pública hoje é praticamente nacional, internacional”, avaliou. 
Ontem, a cidade começou a voltar ao normal, as lojas abriram e as pessoas saíram às ruas. Apenas as aulas não foram retomadas.
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