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Pontes anuncia que três vacinas feitas no Brasil iniciarão testes

 

Ministro da Ciência e Tecnologia afirmou que produção nacional é questão de soberania e criará tecnologia para próximas pandemias


                          Ministro fez anúncio ao lado de Marcelo Queiroga, o novo ministro da Saúde

ALAN SANTOS/PR - 17.06.2020

O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou nesta sexta-feira (26) que três vacinas criadas no Brasil entrarão na fase de testes clínicos nos próximos dias. Ao lado do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Pontes defendeu que a criação de vacinas nacionais é uma questão de soberania e preparo para outras pandemias futuras.

"A gente vai ter outras pandemias infelizmente, então vamos ter a tecnologia para criar vacinas. E é uma questão de soberania, nós vimos a dificuldade que é importar vacinas durante essa pandemia", afirmou o ministro. 

Pontes não entrou em detalhes sobre as instituições que desenvolviam as três vacinas, mas afirmou que uma delas, que já fez o pedido oficial à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o início dos testes clínicos, foi criada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo). 

Ainda de acordo com o ministro, o processo de criação dessas vacinas começou no ano passado, com quinze tecnologias diferentes. Dessas, três avançaram dos testes com animais para os testes clínicos, que têm três fases até sua conclusão (veja mais detalhes abaixo).

A fala dos ministros ocorreu um dia depois do Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciar a criação de uma vacina com tecnologia própria com a qual pediria o início dos testes em humanos à Anvisa. Nenhum dos dois ministros citou esta vacina durante a entrevista. 

Em sua fala, o ministro da Sáude, Marcelo Queiroga, reiterou a preocupação de Pontes no Brasil ter uma produção nacional de vacinas, sem depender da importação. Ele também voltou a defender o distanciamento social e o uso de máscaras. "O Brasil não é a pátria de chuteiras, e sim a pátria de máscaras", disse.

Ele afirmou que o Brasil já têm mais 500 milhões de doses vacinas já contratadas, mas admitiu que o ritmo de vacinação ainda não é o ideal, considerando a capacidade de imunização do país. Queiroga também voltou a prometer que o governo vai atingir a meta de vacinar um milhão de pessoas por dia no começo de abril deste ano. 

R7 entrou em contato com a Anvisa e a USP para ter mais detalhes sobre as vacinas que iniciarão seus testes, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria. 

Etapas dos testes clínicos

A fase clínica do teste de vacinas é feita em seres humanos. Esta parte do processo se divide em três:

Fase I: é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos, com o objetivo principal demonstrar a segurança da vacina.

Fase II: tem por objetivo estabelecer a imunogenicidade da vacina, ou seja, a capacidade que o produto tem de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos.

Fase III: é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população.

Fase IV: Vacina disponibilizada para a população. 

Fonte: Instituto Butantan           Gabriel Croquer, do R7

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