Ao fim da goleada de 5 a 1 da Holanda
contra a Espanha, na estréia das duas equipes na Copa do Mundo do Brasil, os
jornalistas espanhóis estavam tão abatidos quanto os jogadores. Conhecidos por
torcer abertamente pela seleção nacional, muitos deles estavam na área de
entrevistas com camisas da seleção. Em uma breve avaliação, o resultado foi
classificado como "inesperado", "ridículo" e coisa de time
pequeno.
Jordi Gil Torres, do jornal Sport,
jornal de Barcelona, diz que o resultado foi inesperado, sobretudo. "Uma
coisa é perder. Outra coisa é atuar como uma equipe pequena, de segunda
categoria", disse ele.
Entre os jogadores, o que pareceu
mais contrariado foi o meia do Barcelona Iniesta, que atravessou o corredor de
jornalistas sem sequer dar uma palavra. Passou rapidamente, como se todos
fossem invisíveis.
Gil Torres diz que a equipe espanhola
deve passar por mudanças para a próxima partida, contra o Chile, em Porto
Alegre. "O time tem qualidade para se recuperar, mas se não vencer o
Chile, praticamente se despede da Copa. Vai ser muito difícil se
classificar com quatro pontos", diz ele.
Um eventual empate contra o Chile
deixaria a Espanha apenas com a possibilidade de vencer a Austrália, na última
rodada, alcançando no máximo quatro pontos. Por conta do saldo de gols negativo
(-4), o time ainda precisaria de uma goleada para manter qualquer chance de
classificação.
Juan Bautista Martinez, do jornal La
Vanguardia, diz que o resultado foi desastroso. Em sua análise, na segunda
etapa, a Espanha perdeu a atenção competitiva e o interesse por defender.
"Foi um resultado inesperado, desastroso e ridículo. Pode fazer com que a
Espanha chegue à última rodada sem depender de si.
Segundo ele, isso ainda abre a
possibilidade de Holanda e Chile fazerem um jogo de conveniência na última
rodada. "Foi muito longe da estreia que se esperava. Vamos ver o poder de
reação do time", diz ele.
Vagner Magalhães
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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