Explosões de raios gama dão lugar a um buraco negro, gerando um jato de partículas que viajam à velocidade da luz
Ilustração de um buraco negro: explosões de raios gama acontecem quando uma estrela explode e morreWashington - A Agência Espacial Americana (NASA) captou a explosão de raios gama mais energética e duradoura já observada e a análise das imagens permitiu aos astrônomos estabelecer uma nova teoria sobre o funcionamento deste tipo de fenômenos, informou nesta quinta-feira a instituição.
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As explosões de raios gama, que acontecem quando uma estrela explode e morre, dão lugar a um buraco negro, gerando um jato de partículas que viajam à velocidade da luz. Eles são os fenômenos mais luminosos do universo, mas não podem ser facilmente percebidos.
Em 27 de abril deste ano foi observada uma explosão deste tipo de dimensões 'monstruosas', garantiu o diretor da Direção de Astrofísica da NASA, Paul Hertz, em entrevista coletiva.
'Algo assim só acontece uma vez a cada século', acrescentou Hertz.
Esta explosão, chamada de GRB 130427A, foi detectada por três satélites da NASA, além de vários telescópios na Terra. Como resultado destas observações, foram publicados artigos científicos na revista 'Science' e no 'The Astrophysical Journal Letters'.
Apesar dos astrônomos acreditarem que a explosão aconteceu há quase quatro bilhões de anos e que durou alguns minutos, a observação durou 20 horas, muito mais do que as anteriormente detectadas.
Alguns instantes após ser vista, o telescópio Fermi localizou um pico de raios gama de 95 gigaelétron-volt (GeV), que a transforma na luz vinda da explosão mais energética já vista. No entanto, os telescópios dos Álamos (Novo México) captaram um brilho que alcançou a magnitude sete na escala astronômica de brilho, o segundo mais brilhante de que se têm registro.
Esta relação entre a luz visível e a energia dos raios gama era um problema para os astrônomos.
'Pensávamos que a luz visível destes brilhos vinha de choques internos, mas esta explosão mostra que deve vir de choques externos que produzem os raios gama mais energéticos', explicou Sylvia Zhu, da Universidade de Maryland, integrante da equipe do Fermi.
Os cientistas da NASA asseguraram que a Terra sofreu os efeitos de explosões semelhantes de raios gama milhões de anos atrás. Em todo caso, o astrônomo do Laboratório de Pesquisa Naval Charles Dermer, co-autor dos estudos, disse ser 'muito improvável' que uma explosão de raios gama destas dimensões alcance hoje a Terra.
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