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Veja a transexual 'crucificada' e outras polêmicas com símbolos cristãos



Viviany Beleboni, que desfilou na cruz na Parada Gay, diz sofrer ameaças.
Madonna, Saramago e outros também já foram alvo de polêmica.


o LGBT, Viviany Beleboni, não foi a primeira a gerar polêmica por usar símbolos religiosos. Personalidades famosas como a cantora Madonna, o escritor José Saramago, o carnavalesco Joãosinho Trinta e o cineasta Martin Scorsese também foram alvo de críticas. Veja os casos:
1. Parada Gay 2015: a transexual crucificada
Manifestação contra a homofobia na 19ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista, neste domingo (7) (Foto: Reuters/Joao Castellano)Manifestação contra a homofobia na 19ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista, neste domingo (7) (Foto: Reuters/Joao Castellano)
Neste último domingo (7), Viviany Beleboni chocou parte dos participantes encenando o sofrimento de Jesus na cruz durante a Parada Gay. Ela ficou “crucificada” durante todo o evento, em cima de um dos trios. Foi o fotógrafo João Castellano, da agência Reuters, quem capturou a transexual pendurada durante a marcha.
Desde então, ela tem recebido ameaças e milhares de críticas, inclusive de setores da Igreja Católica e lideranças evangélicas (leia mais abaixo).
"As pessoas estavam querendo a minha morte. Tinha gente falando que eu tenho que morrer", disse Viviany, que também recebeu, pelas redes sociais, mensagens de apoio de simpatizantes à sua causa.
A atriz diz que pretendia “representar a agressão e a dor que a comunidade LGBT tem passado”. “Usei as marcas de Jesus, que foi humilhado, agredido e morto. Justamente o que tem acontecido com muita gente no meio GLS, mas com isso ninguém se choca”, disse em entrevista ao G1.
2. Madonna e o clipe de 'Like a Prayer'
Madonna no clipe da música "Like a Prayer", do disco de 1989 que leve o mesmo nome (Foto: Reprodução/Youtube)Madonna no clipe da música "Like a Prayer", do disco de 1989 que leve o mesmo nome (Foto: Reprodução/Youtube)
O quarto álbum da cantora Madonna traz a música “Like a Prayer”, lançada em 1989. A polêmica começou pela letra, que fala sobre uma jovem apaixonada por Deus, quase como quem ama uma figura masculina. Madonna fez um clipe com cenas dentro de igrejas, dançando com um coral religioso, beijando um santo. O encerramento mostra a artista cantando em frente às cruzes em fogo.
Após a gravação, a cantora disse querer “que o vídeo fosse o mais provocante do que tudo o que ela já havia feito antes”. Na época, diferentes grupos religiosos se manifestaram e realizaram protestos contra o clipe, que consideraram como blasfêmia das imagens cristãs. Além de causar problemas para a cantora com patrocinadores do vídeo, o Papa João Paulo II também proibiu a presença de Madonna na Itália.
Em 2012, a cantora voltou a chamar a atenção após cantar uma música pregada a uma cruz e com a coroa de espinhos na cabeça durante um show realizado na Polônia.
3. O 'Cristo mendigo' de Joãosinho Trinta
31 de março de 1989 – Joãosinho causou polêmica com uma imagem do Cristo Redentor vestido de mendigo na Beija-Flor; a escola foi vice-campeã naquele ano (Foto: Arquivo/AE)31 de março de 1989 – Joãosinho causou polêmica com uma imagem do Cristo Redentor vestido de mendigo na Beija-Flor; a escola foi vice-campeã naquele ano (Foto: Arquivo/AE)
Além de Madonna, o ano de 1989 teve polêmica com símbolos religiosos também no Brasil. Joãosinho Trinta, carnavalesco da escola de samba Beija-Flor, é um dos autores do desfile “Ratos e Urubus, Largem Minha Fantasia”.
O desfile, que falava sobre desigualdade, teria uma estátua do Cristo Redentor vestido como mendigo, criação de Joãosinho. Em 31 de março, dia do Carnaval, a escola teve de cobrir o Cristo com um plástico preto: a Igreja Católica entrou com uma ação na Justiça contra o uso da imagem. Mesmo assim, o carnavalesco manteve a estátua no carro alegórico e, sobre o plástico preto, escreveu a mensagem: “Mesmo proibido olhai por nós!”
No Carnaval de 2012, a Beija-Flor homenageou o mestre levando para a Sapucaí uma alegoria de Joãosinho Trinta como o Redentor.
Neymar estampou a capa da revista "Placar"  em outubro de 2012 (Foto: Reprodução/Revista Placar)Neymar estampou a capa da revista "Placar"
em 2012 (Foto: Reprodução/RevistaPlacar)
4. Neymar crucificado
A capa da revista “Placar” de outubro de 2012 trouxe o craque da seleção brasileira e, agora, do Barcelona, no lugar de Jesus na cruz. A manchete reitera a mensagem: “a crucificação de Neymar”. No subtítulo, outra explicação: "chamado de 'cai-cai', o craque brasileiro vira bode expiatório em um esporte onde todos jogam sujo".
Em sequência, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se manifestou em nota de repúdio à revista “Placar”, disse que os bispos estavam “indignados” e afirmou que a capa era “uma provocação”. A nota foi assinada pelo cardeal Dom Raymundo Damasceno.
Na época, a Igreja Católica também se pronunciou em comunicado oficial: "A revista mostrou-se, no mínimo, insensível ao recente cenário mundial de deplorável violência causada pelo uso inadequado de figuras religiosas".
Os editores da publicação explicaram que a ideia não era atingir qualquer entidade religiosa. Naquela época, Neymar era acusado de utilizar o recurso de simular faltas para tentar induzir a arbitragem a errar durante as partidas.
Jornal francês Charlie Hebdo fez diversas sátiras com entidades religiosas (Foto: Reprodução/Charlie Hebdo)Jornal francês Charlie Hebdo fez diversas sátiras
com entidades (Foto: Reprodução/Charlie Hebdo)
5. A sátira de Charlie Hebdo
O jornal francês Charlie Hebdo, durante toda a sua história, usou imagens religiosas — e criticou quase todas as vertentes e entidades — em suas capas. Em março de 2013, os editores opinaram sobre a política dentro do Vaticano. Em francês, a manchete diz: 'Vaticano: outra eleição fraudada”. Naquele momento, o atual Papa Francisco tinha sido escolhido para substituir Bento XVI. Na ilustração, a figura de Jesus Cristo aparece e diz: “Soltem-me, eu quero votar”.

A figura Maomé, do Islã, também foi alvo do jornal. Em outra capa o “Deus” do islamismo aparece beijando cartunista na boca, com o texto “o amor, mais forte do que o ódio”. Em todas as capas, organizações religiosas se pronunciaram com posicionamentos contrários.
Em janeiro deste ano, a sede de Charlie Hebdo foi atacada por radicais do Islã, deixando 12 jornalistas mortos.
6. Barbie religiosa e o Cristo Ken
Dentre as peças montadas está a imagem de Nossa Senhora Aparecida  (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)Dentre as peças montadas está a imagem de Nossa Senhora Aparecida (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)
Pool Paolini e Marianella Perelli, artistas argentinos, criaram versões religiosas da Barbie e do Ken em setembro de 2014. As bonecas estavam caracterizadas como Maria Madalena, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora do Carmo. Já a versão masculina trazia a vestimenta de São Caetano, São Roque e Jesus Cristo Crucificado.
Mais uma vez, os religiosos se rebelaram nas redes sociais contra o uso das imagens sagradas. Os artistas usaram suas contas no Facebook para se explicar: "Usamos o humor para ressaltar a desconexão do universo histórico e político, destacando a ficção religiosa. E com isso conseguimos chamar a atenção dos mais velhos".
Os bonecos estavam expostos em uma mostra em Buenos Aires, intitulada 'Barbie: ThePlasticReligion', que acabou suspensa após ameaças de grupos radicais católicos.
Saramago (Foto: Reuters)José Saramago (Foto: Reuters)
7. O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago
O livro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, obra do escritor português José Saramago lançada em 1991, traz uma nova versão da história do mártir católico, com uma visão moderna e crítica da vida de Jesus.

As igrejas católicas do Brasil e de Portugal se manifestaram contra o livro. Em 1993, a obra foi retirada da candidatura ao Prémio Literário Europeu, um dos principais do continente, pelo sub-secretário de Estado da Cultura português, António Sousa Lara. No mesmo ano, o escritor deixou o país para morar na Espanha.
A última tentação de cristo (Foto: Reprodução/Imdb)A última tentação de cristo (Foto: Reprodução/Imdb)
8. Martin Scorsese e a 'Última tentação de Cristo'
O filme "A última tentação de Cristo", de Martin Scorsese, lançado em 1988, foi proibido em vários países na época por mostrar Jesus sob uma nova ótica, como um homem comum que vivia o conflito entre ser o messias predestinado ou apenas um cidadão empenhado em constituir família, menos divino e mais humano.
Em São Paulo, o prefeito Jânio Quadros tentou impedir a exibição do filme interditando oito salas que iriam mostrar a obra alegando problemas de segurança.
A Arquidiocese do Rio condenou o filme na época chamando-o de "blasfemo" e "pornográfico".
 

Teólogos explicam as polêmicas
Mas, afinal, por que sempre que alguém faz uma representação usando um símbolo religioso provoca polêmica? O teólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antônio Manzatto, não acha que o ato de Viviany chegou a desrespeitar o símbolo. Segundo ele, não há qualquer registro da Bíblia contrário ao uso da cruz. “A cruz nem era um símbolo religioso quando a Bíblia foi escrita. Os símbolos foram criados ao longo dos anos”, explica.
O teólogo da PUC-SP chama atenção para o que representa a imagem cruz. “Os símbolos religiosos se referem a uma situação. A cruz se refere aos abandonados e oprimidos. Se ela usou essa imagem para fazer a sociedade perceber a situação de dominação, está certa. As pessoas não enxergam isso e são elas que deram qualquer outro significado para aquele símbolo”, disse.
As pessoas pensam assim: ‘o símbolo é meu e não quero que ninguém mexa com ele’"
Antônio Manzatto. teólogo
“A questão do direito à igualdade é de todo o ser humano, independentemente de sua crença, raça ou opção sexual.  Tem gente discutindo porque a pessoa está crucificada na Parada Gay e acaba mudando o foco do que é importante discutir. É mudar o foco para não discutir os direitos homossexuais. E assim fica a estrutura de dominação”.
Outro teólogo, Jaldemir Vitório, presidente da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter), confirma a posição de Manzatto. “Não há registro”, diz. “O que existe são leis criadas por cada País, como é o caso do Brasil, mas de qualquer forma não vi como um desrespeito à fé cristã. Quem garante que ela não usou a imagem de Deus justamente para demonstrar sua fé? As pessoas enxergam o que querem”, completa Vitório.
Manzatto acredita que, nas próprias palavras, o que “acontece é uma coisa muito natural” e “As pessoas pensam assim: ‘o símbolo é meu e não quero que ninguém mexa com ele’”.
Para Nelson Domingues, professor de teologia e psicólogo clínico, as pessoas são muito apegadas aos símbolos. “O símbolo é uma coisa que vem de fora. As pessoas se apegam muito à religiosidade e acabam esquecendo da coisa mais importante que Jesus ensinou: amar. O mais importante é o amor para o cristianismo. Entre o símbolo e o amor, é preciso ficar com o amor”, completa.
Para o teólogo, o ato de Viviany foi uma falta de respeito de fato. Mas ele diz que isso não deveria afetar tanto aqueles que creem em Jesus. “Vi que ela [Viviany] está sendo ameaçada de morte. Gente dizendo que vai cair fogo do céu na cabeça dela. A Bíblia que eu acredito não ensina o ser humano a ser assim”, completa.
Arcebispo de SP critica
Cardeal se pronunciou na noite desta segunda-feira (Foto: Reprodução/Facebook)Cardeal se pronunciou na noite desta segunda-feira (Foto: Reprodução/Facebook)
Após a “crucificação” de Viviany Beleboni na Parada Gay deste ano, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreveu sobre o assunto também em sua página do Facebook na noite desta segunda-feira.
Ele disse ter recebido muitas mensagens sobre o assunto: “Muitas pessoas me questionaram sobre a imagem de um transexual na cruz durante a Parada Gay. Entendo que quem sofre se sente como Jesus na cruz. Mas é preciso cuidar para não banalizar ou usar de maneira irreverente símbolos religiosos, em respeito à sensibilidade religiosa das pessoas. Se queremos respeito, devemos respeitar."
O deputado federal e pastor Marco Feliciano se pronunciou nas redes sociais. Nesta terça-feira (9), ele gravou um vídeo argumentando contra o uso da imagem de Jesus pela transexual.
“Estou indignado com o que aconteceu ontem. Mas eles mostraram quem são, pagos com o dinheiro dos cofres públicos. Essas pessoas são intolerantes e me acusam daquilo do que eles fazem”, diz em trecho da gravação. “Também estou indignado por pegarem o símbolo da minha fé e terem exposto publicamente em um ato de completa falta de respeito. Estou falando de pessoas que acham que o direito deles é maior que o meu direito”, completa.
Feliciano lembrou o artigo 208 do Código Penal: "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa".
O deputado federal Jean Wyllys escreveu um texto na mesma rede social questionando as críticas contra Viviany. O político relembrou diferentes momentos em que a imagem de Jesus e outros símbolos religiosos foram utilizados para a criação artística. “Se é assim, então por que essa celeuma toda em torno da apropriação da iconografia da crucificação de Jesus feita por uma artista transexual na Parada LGBT de São Paulo?”, questionou.
"Ora, porque se trata de uma representação feita por um membro da comunidade LGBT! A celeuma - iniciada e estimulada por lideranças político-religiosas oportunistas, demagógicas e intelectualmente desonestas – tem, portanto, o objetivo claro de difamar lésbicas, gays, bissexuais e transexuais por meio da manipulação dos preconceitos anti-homossexuais históricos ainda arraigados no coração e na mente da maioria da população."
Carolina DantasDo G1, em São Paulo
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